sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Literatura de Cordel

 

LITERATURA DE CORDEL

Por Elson Barbosa

A obra literária que conta histórias através de rimas 

 

literatura de cordel é popularmente conhecida a literatura tradicional da cultura popular brasileira, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, especialmente nos estados do Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba e Ceará. 

 Os poemas de cordel são escritos em forma de rima acompanhados de algumas ilustrações.

 Recitados de forma melódica, o cordel é a divulgação das tradições populares, da arte, além de ter uma grande importância para a manutenção das identidades locais e das tradições literárias de cada região.

 Também conhecido como folhetos, eles eram vendidos em feiras, bancas e mercados. O nome de cordel é original de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes.



A literatura de cordel surgiu do romanceiro português, com os colonizadores, 

e se enraizou no Nordeste ao retratar a cultura local (Foto: Wikipédia)

 

 

Origem da literatura de cordel



Em países como Espanha, França e Itália, a literatura de cordel começou a ganhar notoriedade no decorrer do século XII, ganhando mais espaço durante o período do Renascimento.

 Já no Brasil, o gênero literário chegou através dos portugueses no final do século XVIII. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões dos primeiros folhetos brasileiros, com suas próprias características.

 Não há limite para a criação dos folhetos, pois temas do cotidiano, religiosos, lendas, episódios históricos, entre outros, podem se encaixar perfeitamente dentro desse segmento.



Repente X Cordel 



Apesar da semelhança entre as duas representações culturais, se destacando no Nordeste do Brasil, o repente e o cordel são manifestações distintas. O repente é interpretado pelos repentistas, e a poesia é encenada de forma improvisada e acompanhada de instrumentos musicais.

 

Já a literatura de cordel é feita pelos cordelistas, divulgada em folhetos e elaborada por poesia que leva traços da oralidade. 



Características do cordel 



Normalmente ilustrados por gravuras, chamadas de xilogravuras, a literatura de cordel possui uma estrutura de estrofe que pode ter seis, oito ou dez versos. Além disso, algumas características são:

 • Presença de rimas, métricas e oralidade;

• Utilização do humor, sarcasmo e ironia;

• Possui uma essência cultural, pois relata tradições culturais regionais e contribui para a continuidade do folclore brasileiro;

• São baratos e por isso atingem um grande público e isso acaba sendo um incentivo à leitura;



Estrutura do cordel

• Quadra – uma estrofe de quatro versos;

• Sextilha – uma estrofe de seis versos;
• Setilha – uma estrofe de sete versos, essa é a mais rara;
• Oitava – uma estrofe de oito versos;
• Quadrão – os três primeiros versos rimam entre si, o quarto com o oitavo e o quinto, o sexto e o sétimo também entre si;
• Décima – uma estrofe de dez versos;
• Martelo – estrofes formadas por decassílabos (estes são muito comuns em desafios e versos heroicos);

 

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